15 de dezembro de 2010
À Chuva
A Chuva chegou.
Já esperávamos.
Gosto da chuva.
Sinto-me livre.
Certos dias
quero Chuva
não é dia
Só as quartas
A Chuva chegou
Voz aveludada
Mostra saber,
ensinar, sorrir
Me incomoda,
hoje, nela
pensar. porque
vai. Deixará seca.
Lembro-me dela
Quando disse que
Importa o que
foi dito. Basta.
Não me esqueço.
Não a esqueço.
Há chuvas que não
Marcam... essa sim.
Agora parte
Comigo deixa
Lembranças, saber
Parte. Mas fica
Fica no poema,
Quarta na mente,
Ao falar do Rio,
Canto a Oblíqua.
Parte a Chuva
A Chuva parte
Mas molhou-me
Por isso fica
Quero abraçar
ao partir. Não!
Não é possível
abraçar chuva
Hoje falei que
sei. Sei, partirá
Disse: é melhor!
Estava triste
Hoje, parece
O chão e a chuva
Eu e a Sábia
Ontem ensinou-me:
"Esclarecendo que o poema
é um duelo agudíssimo
quero eu dizer um dedo
agudíssimo claro
apontando ao coração do homem (...)"
" (...)Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa [a] que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças. (...)"
"(...)Eu nunca dediquei poemas às fortunas
Mas sim, por deferência, a amigos ou a artistas.
Independente! Só por isso os jornalistas
----- Me negam as colunas."
"As coisas não se vêem por metade.
Ou passas e as fitas de repente
pousando um longo olhar de eternidade
que logo vai aos fumos da memória,
ou viverás com elas,nelas vendo-
te como em espelho que te sobrevive (...)"
"(...)Deixem chover as lágrimas que eu crio:
menos que chuva e lama nas estradas
és tu, poesia, meu amargo rio."
"(...)O mar pneumático, ao sabor
do qual contra os sentidos se nos fazem
e desfazem as ávidas lembranças,
assalta-me os sentidos, tenebrosas (...)"
" (...)A hora da partida soa quando
as árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse (...)"
Aprendi, falei
Elogiou-me e
um feliz abraço
inesquecível
Hoje chove
e é quarta
falta pouco
fica comigo
recordar museu
cultura, aula
surpresa. Leva
carinho consigo.
Hoje sou gota
Serei como ela
A verei e tudo
permanece paz.
Luíza Neto Jorge - O poema
Luís de Camões - Erros meus, má fortuna, amor ardente
Cesário Verde - Contrariedades
Jorge de Sena - Escrito em Verona
Carlos de Oliveira - Soneto da Chuva
Luís Miguel Nava - Recônditas palavras
Sophia de Melo Breyner Andresen - A hora da partida
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Incrível!!! mas ao mesmo tempo angustiante, pelo menos por enquanto! rsrs Deixa lembranças e leva muuuuito carinho!!!
ResponderExcluirUm beijo.