11 de julho de 2011

Diferença igualitária



Note a diferença entre a cor da pele e o branco dos dentes?
Mas não é exatamente disso que vou falar.
Há muito quero escrever, enfim...

Em um ônibus havia uma jovem rodeada por adolescentes desconhecidos. estranhos, na verdade. estranhos para ela, como jovem, mas absolutamente normais entre eles.
Ela estava bem no meio deles, ônibus lotado. São Paulo, às 12h, e o trajeto passa por pelo menos quatro escolas. Natural ter muitos adolescentes ali. De qualquer maneira ela não levantaria para ficar em pé e deixar os adolescentes livres para falar mais besteiras.
Dos que estavam ao seu redor, quatro eram brancos e um negro. Até aí não há nada de importante nisso. Seguindo.
Era perceptível que o garoto negro era mais novinho que os outros. mais pobre que os outros, pelas roupas e material escolar e principalmente: mais inocente.
O que a irritava não era a presença dos adolescentes, porque ela gosta muito de adolescente, mas seus comportamentos.
Tudo o que ela ouvia a levava à reflexão. Os brancos faziam o garoto negro de bobo, xingavam mãe, pai, eram estúpidos e estragavam o pouco material que o garoto negro tinha. Mesmo assim, ele permanecia com eles.
Eles falavam que o menino era fedido, era burro, pretinho, não pegava ninguém e mesmo assim o menino permanecia ali.
Ela pensava: "Que bom que você é diferente!" e ao mesmo tempo pensava: "Por que você quer ser como eles?"
O menino negro era diferente, mas queria ser igual.
Igual, por/que infelizmente o mundo é injusto?! Talvez.
A agonia da jovem a observar isso foi tão grande que ela exclamou:"_COMO VOCÊS SÃO BOBOS, IDIOTAS!!! Por que fazer isso?" E eles pararam. E ela chorou.
De verdade, o nenino negro era o mais lindo, tinha a pele mais uniforme que ela já viu, tinha o sorriso mais lindo, o jeito mais fofo e não precisava passar por aquilo. Ele foi o único que a respondeu e disse: "_Não fala assim com os meus amigos!"
Ela entendeu, deu sinal e desceu do ônibus.
Entendeu que certamente para aquele menino, aqueles garotos eram realmente seus amigos, talvez porque ninguém além deles quisesse a companhia dele, talvez porque em enrrascada eles fossem os únicos a defendê-lo. Mas a principal coisa que ela entendeu é que no tempo certo ele compreenderia o seu valor.

Um comentário:

  1. O que eu entendo com isso, é que muitas vezes nos achamos mais santos, melhores ou coisa parecida, mas quem não está bem só precisa que percebamos quais as suas necessidades, já que foi a nós que Deus escolheu para dar amor, abrigo, auxílio, àqueles que precisam Dele. Quero que o mundo veja Deus em mim, como aquele menino negro conseguiu enxergar coisas boas em seus amigos, porque também como eles, eu falho.

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