11 de janeiro de 2011

Irmã.



São apenas seis anos de diferença.
Mas as vezes parece tanto.
Quase não vivemos muito tempo juntas, na verdade não vivemos.
Foram quatro, poucos, anos.
Tem uma foto, de quando você nasceu, que eu estou te segurando com todo orgulho de ser a irmã mais velha, de você eu não tinha ciúmes como tinha do nosso primo. A foto é linda, você tão bebê e flores ao lado. Eu era criança e obviamente não imaginava nada sobre nosso futuro.
Sabia que não viveríamos juntas, mas você iria crescer e a gente brincaria juntas, e a saudade quando nos vissemos seria tão grande que não haveria tempo para brigas. Meus brinquedos de menina ficavam todos na sua casa, afinal era maior. Meu quarto era seu e de verdade eu nem ligava para isso, porque alguém que eu amava muito, mesmo sem entender nada de amor, estava sendo feliz com algo que eu proporcionava. Durante isso eu brincava com o nosso primo.
Cresci.
Moramos juntas e eu me lembro de tanta coisa.
Lembro que estava em plena adolescência e você sempre queria estar comigo e eu achava um saco, mas tudo bem, fazer o quê?!
Se ia à lan house, você ia junto, se ia à Igreja, você ia junto. Enquanto a mamãe ia pra baladinha com o namorado, eu ficava com você. Lembra do dia que faltou força e eu tive a ideia (boba) de fazer o jantar a luz de velas? Você dava risada, mas no fundo adorou, pergunta até hoje se eu me lembro...
Lembro dos escandalos que você fazia quando eu saia e não te levava...
Depois eu e você deixamos a mamãe. Na casa da vó todos achavam que você daria um 'trabalhinho'. Lembra quando eu peguei você pela pele das costas e ninguém se meteu porque parecia que eu iria matar qualquer um que visse pela frente?Tem coisas que a gente não esqece mesmo. E a mamãe dizia que não tinha o direito de bater em você, até hoje não tenho certeza disso.
E agora você cresceu.
Mora com ela.
Você namora.
As poucas vezes que vou à sua casa você não está.
Enquanto você cresceu eu mudei.
Todas as vezes que vejo a mamãe falo coisas a seu respeito, ela deve está cheia disso, tantas reclamações, como se você fosse minha filha.
Nunca mais rimos juntas, nunca mais fizemos nada juntas. No fim do ano dei uma ideia de sairmos nos três juntas, como antigamente, mas você não pôde, porque estava com ele.
E por mais que eu me esforce pra gostar dele e muito mais, não consigo ver nada de bom nisso. Nas suas companhias, nas suas roupas, no seu modo de agir, de gastar tanto. Não consigo vê pureza em nada disso.
Tudo que eu palpito é para o seu bem e sei que você acha que eu só te critico, mas hoje eu sei o que é amor, e como sempre o tenho por você.
Crescemos e continuamos crescendo e você também mudou.
Antigamente tinha muito de mim em você, hoje vejo quase nada. Você também me critica muito. E quando nos vemos não é mais como era, não existe saudade, e se existe, está suprimida por mágoas.
E tudo que eu queria era saber, sentir que estaremos sempre de mãos dadas, isto é, unidas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário