20 de maio de 2017

poema chuvoso

no dia em que nasci, chovia.
inexplicavelmente todo aniversário meu chove
quando eu era criança diziam
cê tem bruchove? e eu respondia não,
mas a pergunta era 'setembro chove?'
'chove', mas agora é maio.
aquele que faz chover
compartilha a minha alheia melancolia
é como se de gota em gota
des
ces
se
uma parte de mim
de encontro com a terra e florescesse.
vamos tomar café,
(adultos tomam café)
comer bolinho de chuva
e prosear?
em frente à janela,
observamos cair água do céu.
parece fazer frio lá fora,
mas aqui dentro, bem lá dentro
é TEMPESTADE.
ao me ouvir, você seca meu chão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário