1 de junho de 2015

memória fraterna



eu e ele somos irmãos
irmãos que o destino escolheu
dezoito anos nos separam
dizem que virei gente
quando ele nasceu

[tudo porque por ele faço tudo,
e ninguém precisa pedir]

antes eu não sabia dizer
"eu te amo"
agora eu distribuo, e de verdade.
ele é tão puro!

há sete anos eu o via todo dia
e que alegria!
com ele aprender a viver é certo.
eu lia livros, contava histórias
e ele disse à professora
que aprendeu poesia com a irmã.

há dois meses eu me casei
e ele correu para levar as alianças
disse que correu porque eu estava
com pressa
a verdade é que o tempo passou
e eu nem vi, mas vivi.

ontem ele dormiu aqui em casa
e eu senti saudade,
mesmo levando ele toda sexta
ao taekwondo.
eu não quero que ele cresça
e me esqueça.

sou a medrosa dos sentimentos
refém do tempo.

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