susan sontag afirma que
todas as fotos são memento mori'
para os ocidentais é imprescindível
não esquecer a finitude.
se fotografar é participar
da mutabilidade, da vulnerabilidade
da pessoa-coisa e cortar uma fatia
de momento para congelá-lo,
uma fotografia é o testemunho
da dissolução implacável do tempo.
observo um fotógrafo. imagino
que ele fotografa como arte,
mira a paisagem e compreende
que ver, meditar e registrar
é um rito social, uma defesa contra
a ansiedade
olhar pequeno, olhar constante.
o fotógrafo abre mão do poder de comprovar
a realidade porque parece consciente
da grandeza da experiência de estar e olhar.
a fotografia para ele não é consumismo
estético, ele não é um viciado em imagens.
pergunto-me se eu vejo o que ele vê.
pergunto-me se ele vê o que eu vejo.
o que se vê na fotografia parece vida
pois cada vez que olhamos vemos
algo novo. é um novo olhar
ou são fantasmas?
click capturei o fotógrafo
memento mori.
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